Mudança de Comportamentos

Quando se estuda o fenômeno da corrupção no Brasil, rapidamente identificamos que ele está enraizado num complexo de práticas, institucionalmente ancoradas, que passam a fazer parte e permeiam o modo de interação entre Estado e mercado e as práticas internas de alguns órgãos públicos e/ou empresas. Dessa forma, qualquer medida que busque erradicar a corrupção, não vai atingir o seu objetivo se não buscar instituir mecanismos, que provoquem uma mudança desse complexo de práticas. Nesse sentido, teríamos muito a aprender com Ronald Coase e, também com Oliver Williamson e Douglas North, representantes da chamada “Nova Economia Institucional” e segundo os quais, no ambiente institucional, convivem organizações formais e informais e que precisam ser compreendidas em sua totalidade se quisermos entender adequadamente os custos de transação e o funcionamento da instituição como um todo.

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Exatamente por isso, o estímulo dado pela Lei Anticorrupção à criação de programas de integridade (Compliance) representam, no nosso sentir, um avanço digno de nota. Os programas de integridade visam exatamente coordenar a organização informal e formal da empresa no sentido de criação de uma cultura da integridade. Essa cultura deve permear a empresa como um todo e direcionar inclusive o modelo de negócios.

Implementar programas de integridade implica, portanto, mudança de comportamentos institucionais e organizacionais. Esse é um dos desafios dos programas de integridade, mas é o desafio maior do combate à corrupção!

 

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